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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

MOVIMENTO DE DEFESA E VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

             
                                       
            Exercícios Físicos Aeróbicos estão associados a uma melhor cognição, foi o que mostrou um estudo realizado pela Universidade Gutemburgo (Suécia) com mais de 1 milhão de jovens, publicado na última edição da “Proceedings of the National Academy of Sciences”

                       2010 ANO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR



                    Com todas as garantias legais e conquistas históricas da Educação Física, é incontestável o estado de crise e alerta permanente em que a sociedade e os professores precisam conservar-se. Tal atitude é amparada na justificativa de que devemos assegurar o direito constitucional de crianças e jovens receberem aulas de qualidade nas escolas, e que, a este componente curricular, seja assegurado a permanência incondicional como elemento de grande significado para a formação dos alunos, visto que este tem uma direção educativa. CONFEF - REVISTA EF 31/2009



                    No corrente mês, fevereiro de 2010 ocorre a divulgação de medidas oficiais emanadas da Secretaria de Educação e Cultura de Alegrete– SEC, apresentando a Matriz Curricular a partir da necessidade de unificar os três documentos de Gestão PPP, RE e Planos de Estudos; na qual propõe a redução de três aulas semanais de Educação Física, para duas aulas no Ensino Fundamental Séries Finais e Médio, utilizando como justificativa, a adequação das 25 horas semanais da carga horária total, e assegurando assim a carga horária de outras disciplinas, mais uma vez trabalhando a educação a partir de disciplinas que tem excelência em nosso currículo. Não estamos dizendo que somos contra a essas áreas do conhecimento, porém temos a clareza que em todas as outras áreas podemos letrar o aluno as utilizando interdisciplinarmente, e que na complexidade deste mundo todas as áreas de conhecimento têm o mesmo valor.

                    Os professores de Educação Física organizados por meio desta reunião , iniciam uma frente que tem como objetivo a defesa e a valorização da Educação Física Escolar, defendendo assim o direito dos estudantes a este componente curricular.

No intuito de estabelecer diálogo e apresentar propostas junto ao Poder Público, propõe a intenção dos professores em garantir o direito constitucional do oferecimento às crianças e jovens de uma Educação Física de qualidade nas Escolas.

                     A Educação Física é componente curricular da Base Comum, inserida na Área de Linguagens e Códigos, amparada legalmente pela Lei de Diretrizes e Base da Educação – LDB 9394/96 no artigo 26 parágrafo 3º, em conformidade com a Lei 10793 de 01/12/03 e apresenta relevante importância por ser: “Instrumento de contribuição para todos os alunos, não existindo educação na escola sem Educação Física”. (Associação Européia de Educação Física – na Reunião do Comitê Diretor em Ghent 1997).

                    Contraditoriamente aos indicativos internacionais sobre a necessidade de implementação de Políticas Públicas voltadas a mudanças no Estilo de Vida da população mundial – de características sedentárias - com recomendações para que se utilize a Educação Física como veículo capaz de educar as pessoas para a aquisição de hábitos saudáveis. Pensando inversamente ao entendimento das autoridades de saúde, de que a escola pode e deve desenvolver nos alunos, atitudes que resultem em uma melhor qualidade social, o Mapa Curricular apresentado para o ano letivo de 2010 pela Secretaria da Educação do município propõe a redução de três aulas semanal para duas no Ensino Fundamental e Médio.

                    O Governo do município de Alegrete vem implementando uma série de medidas com a finalidade de melhorar os índices da Educação do município. Tais medidas demonstram o compromisso e o interesse do município na promoção de uma Educação qualitativamente melhor para o povo Alegretense. Ações dessa natureza nos fazem entender, ser equivocada a diminuição das aulas de Educação Física, visto que, pelo que passaremos a expor, este componente curricular é paradigmático para ações integrais de Educação.

                 A participação nas aulas de Educação Física é um direito, e o não oferecimento dessas práticas        comprometem a educação de crianças e jovens, sendo constatado as seguintes consequências:

1. As crianças são quanto ao seu desenvolvimento, imaturas e, por isso, faz-se necessário estruturar experiências motoras significativas apropriadas para seus níveis de desenvolvimento particulares. Com a diminuição de uma carga horária por semana da Educação Física, esta possibilidade fica comprometida.

2. A aquisição progressiva de habilidades motoras apropriadas é fundamental para o desenvolvimento motor equilibrado de crianças e adolescentes. Essas experiências ocorrem através dos conteúdos próprios da Educação Física Escolar. A negligência a essas vivências traz danos irreparáveis observando-se o período da vida em que deveriam ser oferecidas.

3. Pela ausência de práticas pedagógicas adequadas via atividades motoras, ocorre comprometimento dos aspectos relacionados a educação.

4. A diminuição na participação nas aulas de Educação Física gera dificuldade de adaptação aos processos cognitivos como linguagem, memória, atenção, aprendizagem e percepção, por estarem diretamente relacionados ao movimento.

5. Inibição de aspectos percepto-cognitivos e sócio-afetivos por ter a Educação Física escolar fatores que extrapolam as situações físicos motoras;

6. Desenvolvimento de atitudes sedentárias que levam às crianças e jovens a aquisição de hábitos danosos a saúde que contribuem para o aparecimento de doenças como: diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e emocionais.

7. Obesidade na infância e adolescência. Este é o grupo de pessoas onde mais cresceu a obesidade no Brasil nas duas últimas décadas. O sedentarismo, a hereditariedade e os maus hábitos alimentares estão relacionados a este fenômeno.

Desse modo, considerando o documento elaborado pela Mesa de Ministros e Principais Funcionários responsáveis pela Educação Física e pelo Desporto na Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura em Paris (Janeiro de 2002), com a temática:

O Fortalecimento da Educação Física e do Desporto no Sistema Educativo, recomenda-se:

- Que a Educação Física não seja um fim em si, devendo ser praticada para servir como um meio de plena realização do aluno e um instrumento de educação e emancipação;

- Que a Educação Física seja mais eficaz e mais completa, para proporcionar a todas as crianças as competências, aptidões, valores, conhecimentos e critérios que lhes permitirão participar por toda a vida da atividade física e do esporte;

- Que a Educação Física seja entendida como a disciplina escolar centrada no corpo, na atividade, no desenvolvimento humano e saúde;

- Que a Educação Física fomente a consciência do papel da atividade física na proteção da saúde;

- Que a Educação Física fomente o desenvolvimento social das crianças e adolescentes ao lhe preparar tanto para a competição, quanto para a cooperação e a colaboração.

- Numerosos estudos mostraram que, se aumenta o número de horas dedicado à atividade física nos programas escolares, e ainda quando se reduz assim, o número de horas dedicadas às disciplinas intelectuais, isso não acarreta de modo algum uma diminuição do nível, tratando-se de pontuação dos alunos ou de provas de rendimento escolar, ou que se observa, pelo contrário, uma melhora da pontuação de numerosos alunos e sua aquisição de conhecimentos intelectuais.

- Que a Educação Física proporcione às crianças e adolescentes, competências e conhecimentos que lhes permitam chegar a ser autônomos e aprender de modo independente.

- Que a Educação Física e o desporto forneçam a cada um a oportunidade de escolher, de construir seus valores e atitudes que favorecem esse aprendizado independente e a autodisciplina.

- Que a realização de atividades de Educação Física permita também fazer relação com outros elementos tão importantes como os direitos humanos, a igualdade entre os sexos e a educação para a paz.

- Que se observe o item 4 da Declaração de Punta Del Este, que aponta que a redução dos programas de Educação Física contribuiu para um espetacular aumento da delinqüência juvenil e da violência, bem como um incremento dos gastos médicos e sociais.

- Que se observe que segundo estudos realizados em escala internacional, por um dólar investido em atividades físicas, poupa-se 3.2 dólares por conta de gastos médicos.



               Após análise e reflexão do quadro exposto nesse documento, o MOVIMENTO DE DEFESA E VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR apresenta como sugestão, a seguinte proposta:

1.Que a SEC de Alegrete permaneça com no mínimo três aulas semanais na sua matriz curricular.Sendo esta posição unificada nas escolas municipais de Alegrete;

2. Que a Educação Física continue inserida no horário normal de aula, não sendo colocada em contra-turno, como forma de fortalecer a disciplina enquanto Componente Curricular da Base Comum.(exceto quando extremamente necessário);

3. Que a SEC de Alegrete tenha uma estratégia de possibilitar em longo prazo instalações( quadras coberta ), equipamentos e material didático pedagógico adequados para o desenvolvimento da disciplina.

4. Acrescer em 30% a carga horária total da disciplina de Educação Física da escola, para atividades esportivas no contra-turno e quando possível nos finais de semana, visando proporcionar aos alunos a vivência plena do Direito ao Lazer e Desporto conforme Constituição Federal e Estatuto da Criança e Adolescente;
Referência:
1.www. fcrs.edu.br/documentos/seduc_edf.pdf
2. 20906–20911  PNAS  December 8, 2009  vol. 106  no. 49 http://www.pnas.orgcgidoi%0210.1073%02pnas.0905307106/










quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Paulo Freire , Alegrete e os Professores Municipais

             Após transcrever a I parte da entrevista com Paulo Freire, penso que nos serve para as questões que temos enfrentado nos últimos tempos no magistério municipal. Necessitamos traçar o nosso destino com as nossas mãos, não devemos nos adaptarmos a essa realidade que nos assola, precisamos nos indignar com o que esta posto. E nos indignarmos também na questão de nossa valorização, Piso Salarial Nacional, construindo como falava Paulo Freire uma marcha, a marcha dos Desvalorizados, inserindo nos nesta questão, tomando decisões e buscando nossos direitos.

             E sejamos educadores, mas educadores fora e dentro das escolas, fora e no executivo, fora e no legislativo, porque quando professores, educadores, que se dizem leitores, admiradores e fazem valer as palavras de Paulo Freire assumem cargos deixam de ser educadores tornando se administradores. Sejamos tanto no público quanto no privado a mesma pessoa.

Última Entrevista de Paulo Freire – 17 de abril de 1997

Paulo freire.ufbp.br - I Parte



Entrevista: Luciana Burlamaqui



             A entrevistadora introduz os trabalhos contextualizando como se deu as tratativas ao diálogo com Paulo Freire. A entrevista foi feita em sua casa no Alto Sumaré, zona oeste de são Paulo, quando chegamos seu único pedido foi, “Se eu começar a me cansar, a gente para , tenho estado muito cansado ultimamente. Comentou que estava escrevendo seu novo livro Cartas Pedagógicas, e que estava guardando toda sua energia para isso, mas na entrevista seus ideais, suas palavras, seu entusiasmo fizeram esmorecer qualquer cansaço à vista, e brindou aqueles preciosos minutos com muita sabedoria , e muita esperança .



Paulo Freire



As Marchas



                 Eu estou absolutamente feliz de estar vivo ainda e ter acompanhado essa marcha que como outras marchas históricas revelam o ímpeto da vontade amorosa de mudar o mundo, essa marcha dos chamados Sem Terra .

                  Eu morreria feliz , se eu visse o Brasil cheio em seu tempo histórico de marchas. Marcha dos que não tem escola, marcha dos reprovados, marcha dos que querem amar e não podem , marcha dos que se recusam a obediência servil , marcha dos que se rebelam , marcha dos que querem ser e estão proibidos de ser , eu acho que afinal de contas as marchas são andarilhagens históricas pelo mundo, e os Sem Terra constituem para mim hoje, uma das expressões mais fortes da vida política e da vida cívica desse país, por isso mesmo é que se fala contra eles, e até de gente que se pensou progressista, e que fala contra eles, como se fossem uns desabusados, como se fossem uns destruidores da ordem , não pelo contrário, o que eles estão é mais uma vez provando certas afirmações teóricas de analistas políticos, de que é preciso mesmo brigar, para que se obtenha o mínimo de transformação.

                  O que quero dizer selando a minha resposta , além de dizer da minha satisfação de estar vivo vendo isso, por exemplo, eu lamento tristemente que Darci Ribeiro já não possa saber, já não possa estar vendo e sentindo e vendo uma marcha como esta , eu fico, como eu acredito em Deus, eu agradeço muito a Deus por estar vivo e poder ver e saber que os Sem Terra marcham contra uma vontade reacionária histórica implantada neste país. E meu apelo quando termino a sua primeira pergunta , o meu desejo , o meu sonho como eu disse antes é que outras marchas se instalem nesse país, por exemplo a marcha pela decência , a marcha pela superação da sem vergonhisse que se democratizou terrivelmente neste país , quer dizer , eu acho que estas marchas nos afirmam como gente, como sociedade querendo democratizar-se.



O Ser Humano em Adaptação



               Indiscutivelmente do ponto de vista biológico, talvez nenhum outro ser tenha desenvolvido uma capacidade de adaptação as circunstancias maior do que o homem e a mulher . A adaptação num ser humano e um momento apenas para o que eu chamo a sua ou da sua inserção. O que é que, qual é a distinção que eu faço entre adaptação ao mundo e inserção no mundo. A distinção é a seguinte, é que na adaptação, há uma adequação, há um ajuste do corpo as condições materiais, as condições históricas, as condições sociais, geográficas, climáticas etc. E na inserção, o que há, é a tomada de decisão, no sentido da intervenção no mundo. Por isso mesmo eu recuso qualquer posição fatalista diante da história e diante dos fatos, eu não aceito por exemplo, expressões como; é uma pena que haja tantos brasileiros e tantas brasileiras morrendo de fome, mas afinal a realidade é essa mesma. Não. Eu recuso como falsa, como ideológica essa afirmação, nenhuma realidade é assim mesmo, toda a realidade esta aí submetida à possibilidade de nossa intervenção nela. Eu não tenho duvida nenhuma que a historia da luta pela justiça rural e agrária nesse país, que hoje o Movimento dos Sem Terra explicita, numa posição que não diria final , mas numa posição critica de quem se assume como sujeito da história, revela a superação da posição inicial da adaptação, da adequação, inclusive como uma forma de defesa . Para mim uma das preocupações minhas, uma das razões de minha luta , uma das razões de minha presença no mundo, é exatamente a de que como educador, eu posso contribuir para uma assunção crítica da possibilidade da passividade, para que se vá além dessa passividade, no que chamo de posturas rebeldes e de posturas criticamente transformadoras do mundo.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Última Entrevista de Paulo Freire - 17 de abril de 1997




II Parte

Paulofreire.ufpb.br

http://www.youtube.com/watch?v=fBXFV4Jx6Y8

O Ser Humano em Evolução

        Eu acho que somos homens e mulheres, seres inacabados, mas com uma diferença radical em face do inacabamento das árvores, do inacabamento dos outros bichos por exemplo. E no momento em que nos tornamos capazes de nos saber inacabados, seria uma imensa contradição se ao mesmo tempo, não nos inseríssemos num movimento que é permanente e que é um movimento de busca, um movimento de procura . O processo em que nos inserimos de permanente busca , eu venho chamando de vocação do ser mais. Na busca ou no processo de busca da completude dessa vocação do ser mais, nos perdemos também, quer dizer, estamos a uma indiscutível possibilidade de distorcer o processo de busca do ser mais, e a essa distorção, eu chamo de desumanização, quer dizer a desumanização por isso mesmo não é virtuosa, a desumanização é um acidente, trágico a que nós estamos sujeitos , no processo de buscar a nossa humanização crescente. O que nós temos pela frente é exatamente essa caminhada, em que ser e deixar de ser , se embatem. Haverá sempre a possibilidade das trágicas desistências de ser. A grande tarefa nossa de passar pelo mundo é exatamente a da briga constante, permanente, pela busca do ser mais.

A Fé

         Eu me situo entre os que, primeiro entre os que crêem na transcedentalidade, segundo eu me situo entre aqueles que crendo na transcedentalidade, não dicotomizam a transcedentalidade da mundanidade, quer dizer, em primeiro lugar no ponto de vista do próprio senso comum, eu não posso chegar lá a não ser a partir de cá, se cá, se aqui é exatamente o ponto que eu me acho para falar de lá, então é daqui que eu parto, e não de lá. Eu respeito o direito que tem de decotomizar , mas eu não aceito a dicotomia. Então quer dizer , isso coloca a questão da minha fé , da minha crença, que indiscutivelmente interfere na minha forma de pensar o mundo. Poucos dias antes de Darci Ribeiro morrer , eu ouvi uma linda entrevista dele, que deve ter sido uma das ultimas que ele deu, em que ele falava desta questão dessa passagem, e ele dizia com muita seriedade, com muita amorosidade, que isso foi sempre o que ele foi , um homem sério, um homem amoroso indiscutivelmente, e um homem corajoso, um homem que lidou com a vida/morte de maneira poética inclusive, e ele dizia se a minha, se a questão da fé passasse mesmo pela razão critica, eu até que teria fé, eu me ri e ele rindo, amoroso dizia eu fiz tudo, mas não deu, no fundo ele disse com palavras que eu não sei repetir aqui e agora, por exemplo, eu não sou mais do que meu cadáver , quando eu morro sou um monte de coisas que se desfazem. E quando Darci dizia aquilo com uma sinceridade enorme, com uma grande lealdade, eu dizia a mim mesmo que comigo o processo foi diferente, eu nunca precisei, e nisso eu esteja um pouco humilde também, mas eu nunca precisei de brigar muito comigo mesmo para me compreender na fé , entende, e por isso mesmo de vem em quando eu me lembro de uma frase de uma das primeiras afirmações de um livro que eu li quando eu tinha 19 anos, de Miguel de Unamuno, o celebre filosofo amoroso também, espanhol, que se chama Idéias e Crenças, em que ele começa dizendo “As idéias se tem, nas crenças se está.” E comigo o que vem se dando é isso mesmo, quer dizer, eu estou na minha fé , entende, então eu nunca precisei inclusive de argumentações de natureza cientifica e filosofica para me justificar na minha fé.

Cristo meu Camarada

        Quando muito moço , muito jovem eu fui aos mangues do Recife, aos córregos do Recife, aos morros do Recife, as zonas rurais de Pernambuco, trabalhar com os camponeses, com as camponesas, com os favelados, eu confesso sem nenhuma churumingas, eu confesso que fui até lá movido por uma certa lealdade ao Cristo de quem eu era mais ou menos camarada, mas o que acontece, que quando eu chego lá, a realidade dura do favelado, a realidade dura do camponês, a negação do seu ser como gente, a tendência aquela adaptação de que a gente falou antes , aquele estado quase inerte diante da negação da liberdade, aquilo tudo me remeteu a Marx , eu sempre digo não foram os camponeses que disseram a mim “Paulo tu já leste Marx?”, não de jeito nenhum, eles não liam nem jornal, foi a realidade deles que me remeteu a Marx, e eu fui a Marx , e ai que os jornalistas europeus em 70 não entenderam a minha afirmação, é que quanto mais eu li Marx , tanto mais eu encontrei uma certa fundamentação objetiva para continuar camarada de Cristo , então as leituras que fiz de Marx , de alongamentos de Marx , não me sugeriram jamais que eu deixasse de encontrar Cristo na esquina das próprias favelas . Eu fiquei com Marx na mundanidade a procura de Cristo na transcedentalidade



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Educação Física e Seu Corpo Político

O corpo político é estruturado por diversos fatores que o atravessam, para que assim constituam-se subjetividades. E a Educação Física constitui-se através de seu esquadrinhamento, com métodos, regras, sistemas que vem a contribuir a essa anatomia política.

Veremos a partir de agora como que historicamente constituiu-se a Educação Física através de suas concepções que contribuíram para constituição de sua  anatomia política. É assim então que a partir da virada do século XIX para o XX presenciamos uma Educação Física Higienista que se preocupa com a aquisição e manutenção da saúde individual. Procurando homens sãos, sadios, dispostos a ação, mas a sua devida preocupação é com a assepsia social.

A partir de 1930 vislumbramos então a Educação Física Militarista, não sendo de enfoque militar, mas que tem ligações, por procurar condutas disciplinares espelhados no regime da caserna. Tendo que a juventude esteja preparada para a guerra, o combate. Em seguida por volta de 1945 encontraremos a implantação da Educação Física Pedagogicista, essa concepção não quer uma prática que vá só promover a saúde ou a disciplina, mas que seja educativa, dizendo que é a única forma de promover a chamada Educação Integral. Colaborando para que a juventude melhore a saúde, adquira hábitos fundamentais, preparo vocacional e racionalização das horas de lazer, indo até meados de 1964.

Pós 64 encontraremos a Educação Física Competitivista, voltada ao atleta herói que apesar de todas as dificuldades conseguiu chegar no podium, ficando assim resumido ao desporto de alto nível, advogando uma neutralidade em relação aos conflitos sociais.

Conforme Foucault (p.xvi,1979), “o poder possui eficácia, uma positividade. E é portanto este aspecto que explica o fato de que tem como alvo o corpo humano, não para supliciá-lo, mutilá-lo, mas para aprimorá-lo, adestrá-lo”. Partindo desta citação de Michel Foucault analisaremos as varias concepções de Educação Física que encontramos na história.

A Educação Física Higienista tem como centro de sua preocupação que o homem se redima de sua ignorância de saúde desenvolvendo, por conseguinte uma preocupação individual como a manutenção da saúde, Porque como sabemos nesse momento histórico nosso país passava por um desenvolvimento industrial e por conseqüência um inchaço das cidades, onde as pessoas com pouco poder aquisitivo instalavam-se em guetos vivendo em condições de higiene precária. Assim o indivíduo que não estivesse segundo as regras postas na sociedade, não se enquadrando nessa perspectiva de saúde , higiene era um significante de doenças e vícios e poderia ocasionar deterioramento da sociedade como um todo. Porém também entra neste dado momento a limpeza da raça, por causa principalmente da abolição que tinha acontecido a pouco tempo, determinando essa concepção para assepsia social.

O que podemos analisar então é que as praticas de Educação Física eram desenvolvidas através de atividades que propiciavam o saneamento publico. Devemos perceber que nesse dado momento eram poucos que tinham uma determinada condição econômica, portanto se o que era propagandeado era um corpo sadio, a sociedade tinha que espelhar-se nisto e aqueles que não estivessem conforme regras estipuladas não condiziam com o normal.

Já na Educação Física Militarista o enfoque era relacionar naturalmente através de técnicas, os mais capazes, eliminando assim os mais fracos predominando os mais fortes, depurando as raças, que iriam aqui através de atividades físicas selecionar indivíduos que seriam conforme o pensamento predominante melhor, porque na purificação e melhoria das raças seria através de exercícios que pudessem verificar quais eram na sociedade as melhores estirpes. Aqui podemos ver que não é preciso levar as pessoas ao sofrimento para sua aprimoração, como genocídio, mas através de sutilezas, deixando mais uma vez a pessoa ver-se como fora da média, durante a prática de exercícios físicos e ela mesmo se auto excluindo de todo o processo.

Também tendo como objetivo a disciplina as atividades são voltadas para que os alunos façam movimentos conforme o guia, e que consigam fazer o número de repetições dos exercícios que hora é mandado executarem. Assim o corpo é atravessado por regras adestrando-o tendo dois objetivos os de fazer com rigidez, disciplina as tarefas e o de não questionar as ordens estabelecidas.

A Educação Física Pedagogicista que entra a partir de 1945 aprofunda mais o que se refere o uso das horas racionalmente, educando através de exercícios que visem a saúde, disciplina sendo assim como abordamos uma educação integral. Preparando ao altruísmo, culto as riquezas nacionais. Concorreria junto o aumento do número de alunos nas redes de ensino do país, tendo assim as escolas que propiciar a Educação Física para essa leva que estava ingressando no espaço escolar.

Através dessa concepção que tinha que ser passada para esses alunos ficava mais solúvel tornar o homem do ponto de vista econômico e político, mais útil e dócil, conforme Foucault em Microfisica do Poder.

Com a Educação Física Competitivista veremos o culto ao homem que tem como norte o herói, individualizando a Educação Física através da prática de atividades esportivas. Havendo uma maior teorização com leis, regras que dirigem essa área, tendo assim um maior esquadrinhamento teórico e, por conseguinte de verificação do corpo, voltado aqui à Educação Física, porque se pegarmos no referente a medicina, psicologia, entre outras veremos que essas também utilizavam dos mesmos métodos, os de divisões para vigiar o corpo.

O que tento mostrar é que as concepções Higienistas, Militaristas, Pedagogicista e Competitivista são uma seqüência, elas não morrem quando a outra inicia, elas atravessam uma por dentro da outra. Em cada uma pegaremos resquícios da outra, às vezes com mais ênfase, às vezes com menos, mostrando então que o controle sobre o corpo dá se por regras, normas, que dependendo da época são mais acentuadas em determinada concepção pedagógica.

Todas não deixam de trabalhar com a saúde, higiene, servidão, obediência, educação, ensino, competição em busca do atleta herói, mas notemos que o controle sobre o corpo torna-se cada vez mais sutil, o que determina o que é um corpo adequado, normal são os quilos que tem, a quantidade de vezes que faz exercícios, a alimentação que se submete, a perfeição do movimento...”trataríamos ai do corpo político como conjunto dos elementos materiais e das técnicas que servem de armas, de reforço, de vias de comunicação e de pontos de apoio para relações de poder e de saber que investem os corpos humanos e os submetem fazendo deles objetos de saber” Foucault p/27, passamos então a ver as diversas metodologias, técnicas de treinamento, de verificação de mensuração, onde um fiscaliza o outro e as pessoas se fiscalizam a si próprias num auto controle.


_ Foucault, Michel. Vigiar e Punir:nascimento da prisão;Tradução de Raquel Ramalhete;23ª Edição; editora vozes;

_ François, Ewald – Foucault: Norma e o Direito; Comunicação e Linguagem, edt. Veja;


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Primeira professor(a) de Educação Física de Alegrete

Professora Dorothéa Pantaleão Trindade, em 1930

              Em 1930 encontraremos nos Relatórios do governo de Freitas Valle a introdução das aulas de Educação Física onde o prefeito diz: “resolvo para incentivar a cultura física, tão necessária e que esta sendo compreendida pelo nosso povo, especializar uma professora, Dorothéa Pantaleão Trindade. Esta professora fez curso intensivo organizado pela diretora geral da Instrução Publica do Estado, mediante convenio celebrado entre a municipalidade e a Secretaria dos Negócios do Interior e do Exterior.


 
_ Relatório apresentado ao Conselho Municipal de Alegrete em Sessão Ordinária de 20 de Setembro de 1930;


Esta professora fez o curso antes do professor Hugo Muxfeldt.

Educação Física como Processo Educacional Inclusivo

¹Gleidson Amaro Pereira Corrêa

² Kenzia da Silveira Wesp Corrêa

O homem desde os primórdios tem excluído de diversas

formas os deficientes, tanto os que necessitam de

melhores condições de vida social, quanto os que

apresentam alguma deficiência física ou mental.

Temos relatos que os índios sacrificavam seus filhos

que apresentavam alguma anomalia física ou psíquica,

relacionando esses seres humanos a algum ato maléfico

que a tribo houvesse feito.

Na Grécia as crianças eram jogadas de penhascos, quando

nasciam com alguma deformação, processando-se assim as

exclusões sociais. Conforme SOLER apud ROSADA (1999, p

32) No tocante aos indivíduos deficientes os

fundamentos éticos religiosos dos povos pré-cristãos

não permitiam uma valorização semelhante, pois os

portadores de moléstias, sobretudo os deficientes

físico-mentais congênitos, eram considerados

amaldiçoados pelos Deuses, sendo então segregados, ou

mesmo por muitos eliminados.

Contudo em pleno século XXI o homem continua excluindo,

hoje o ser humano exclui com a indiferença, não

sacrificando com a pena de morte, mas com o assassinato

social. Na maioria das vezes presenciamos a exclusão

social desde o nascimento, começando então no seio

familiar, ou melhor dizendo na primeira instituição

educadora esse processo de exclusão do ser humano que

hora nasce.

Muitas vezes os pais por sentimento de vergonha, ou por

achar que a criança pode ser descriminada, não aceitam

que essa criança interaja com outras ou com adultos,

escondendo-a em casa para que ninguém a veja. Também

existe muitas vezes por falta de preparo da mãe um

sentimento de repulsa pela criança ter nascido com

alguma deficiência, sendo muitas vezes por pré-conceito

da mãe ou de familiares que

certamente será absorvido pelo bebê, todo e qualquer sentimento experimentado. .

O sentimento de repulsa, de

amor ou afeto será de suma importância para o

fortalecimento do self . Perpassando por esses fatores verificamos que o homem tem que ser educado para que tenha uma convivência

harmoniosa com seus semelhantes e o mundo numa forma geral,

e para isso um dos locais onde devemos focar nossos

esforços é a escola. Esta instituição por abraçar

pessoas vindas de diversos meios da comunidade local,

tem como intuito intrínseco e fundamental educar o

homem para o seu desenvolvimento intelectual, mas acima

de tudo e primordialmente o desenvolvimento humano,

onde só através da convivência com os outros diferentes

é que saberá respeitar as diferenças individuais,

sejam elas quais forem. Mas nesse contexto entra o

trabalho importantíssimo do educador, sabendo utilizar

se de meios, métodos educacionais que servirão de

caminho para essa conquista. Sendo que para isso como

coloca TAFFAREL (1992, p26), cada educador tem que ter

bem claro qual projeto de homem que persegue, quais

interesses de classe que defende, quais valores, a

ética e a moral que elege para consolidar através de

sua prática e como articula suas aulas com esse projeto

maior de homem e de sociedade, para que não fique

vagando por métodos e práticas que só levam para

integração não proporcionando a inclusão dessas pessoas

com deficiências.

Sendo o que temos visto até hoje na nossa educação é um

educar para o trabalho, onde o sistema educacional é

um processo de seleção dos que se ajustam a esse meio

que visa a eficiência e a produtividade, onde não ser

eficiente é ser deixado de lado conforme SOLER, 1991.

Com suas metodologias tradicionais o professor como

vanguardista e sabedor do por vir pensa que esta

fazendo um bem para a humanidade, para aquele indivíduo

que hora educa, mas o que vemos é um ajustar se ao

sistema vigente, ao status quo, possibilitando a

perpetuação deste, sem mudança na sua estrutura e nas

relações interpessoais.

Penso que na Educação Física temos que utilizar métodos

pedagógicos que possibilitem a inclusão dos

alunos deficientes, para que todos, mas no amplo

sentido da palavra todos, conforme (WERNECK

2000), não querendo um todos de quem se ajeita nele,

mas um todos que alcance na sua plenitude todos os

seguimentos da sociedade, construindo uma consciência

de respeito mutuo, tendo assim a possibilidade de

crescermos juntos integralmente, respeitando se

mutuamente, convivendo com diferenças para que o

crescimento humano seja qualitativamente de grande

valia para toda a sociedade.

O lúdico na Educação Física Escolar tem um papel

importantíssimo, porque através do brincar que a

criança vivencia e constrói seu self. Se utilizarmos

brincadeiras de cunho competitivistas, onde prevalece

a “força a habilidade individual”, onde o conjunto é

deixado de lado, as habilidades só são desenvolvidas

daqueles que se destacam por já terem tido uma vivencia

anterior, assim não estaremos contribuindo para o

crescimento coletivo e o sentimento humano que nos

propomos mediarmos, para que coloquem agora e mais

tarde em pratica no grande grupo social.

Penso que utilizando brincadeiras lúdicas que

fortaleçam o sentimento de grupo, sendo essas

atividades um instrumento multifacetário, que

desenvolverá as qualidades físicas e habilidades

motoras intrinsecamente desses indivíduos, sendo

atividades essas também um meio de alcançarmos o

objetivo de construirmos coletivamente um ser humano

que saiba conviver e respeitar as diferenças inúmeras

que encontramos no mundo civilizados de poderemos ter

grande êxito. Citando, SOLER 1999, gostaria de

justificar o que foi colocado até o momento sobre a

importância do lúdico no processo de inclusão social

dos deficientes ou não no contexto escolar e social:

“A aula de Educação Física deve ser um exercício de

convivência, onde as pessoas aprenderão a construir uma

nova sociedade, sem descriminação e com atitudes de

solidariedade, respeito e aceitação, e na qual não

haverá lugar para pré-conceitos e a exclusão. O corpo

não é uma máquina como nos diz a ciência, nem uma culpa

como nos fez crer a religião, o corpo é uma festa,

segundo Eduardo Galeano apud Soler 1999.

Sabendo que todo esse processo é lento, com muitos

entraves colocados por pessoas que não acreditam mais

em sonhos, de uma sociedade mais humana onde todos

tenham o direito de serem gente, humanos, mas conforme

subjetivamente esses autores citados acima, temos que

acreditar, fazer com que através da educação e a

Educação Física nós possamos contribuir para que a

educação seja mais uma a contribuir para melhorarmos o

mundo em que vivemos.
1. Professor de Educação Física do Município de Alegrete - Graduação Plena em Educação Física e Especialista em psicopedagogia Social;
2. Professora de Educação Física do Município de Alegrete - Graduação Plena em Educação Física e Especializanda em Educação Física Escolar e Treinamento;

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Corpo Político, Educação Física e Agressão para Disciplinação dos Corpos

Corpo Político, Educação Física e Agressão para Disciplinação dos Corpos


François Ewald apud Michel Foucault, 1992.

”As relações de poder não passam fundamentalmente a nível de direito nem de violência, mas o poder como violência legalizada. A norma precisa de um parâmetro para identificar o que é normal e o que é anormal nesse contexto, buscando assim a média. Faz se uma verificação da população dentro dos padrões exigidos, e verifica-se aquelas que estão na média ou fora dela”


Nas diversas modalidades será que podemos observar a normalização como ponto de partida para o desenvolvimento do esporte em pauta pelo professor?
Em uma aula de voleibol o professor ao começar ensinar o toque discorre sobre como ele é executado, onde a bola teoricamente tem que tocar na mão nos dedos, o movimento dos braços, punho, na manchete posicionamento e movimento do quadril diante da bola, colocação dos braços, punho, cotovelo, o saque, bloqueio, ataque, posição fundamental entre outros fundamentos, tendo assim esses suas particularidades e que se não forem observados pelo aluno a sua execução, quem esta orientando dirá que seu movimento não esta correto por não estar conforme a norma estabelecida pelos manuais de treinamento que são reconhecidos internacionalmente. Onde os treinadores mais conceituados dissertam sobre suas experiências de anos de práticas.
Podemos ver então que aqueles que não se adequarem estarão fora, e não precisará na maioria das vezes o professor excluí-lo do processo de “seleção”, quero dizer de aperfeiçoamento ou aprendizagem, o próprio educando se auto excluiria porque não se vê como igual aos seus colegas, e sim de forma diferente, porque muito dos gestos que devem ser executados para estar conforme a norma ditada, ele não consegue executar com a mesma rapidez e desenvoltura que seus colegas que estão a fazer diariamente. Podemos então aqui ver diversos gestos de violência: as que ficam nas relações de indivíduos que são aprendizes utilizando palavras que ofende o colega que esta fora da norma, esta que são gestos calculados e normatizados pelo consenso, numa relação que o melhor é aquele que aprende a fazer com o mínimo de erros ou sem.
Presenciamos a violência simbólica através de olhares, de gestos, de gracinhas onde erros são atos quem tiram a pessoa da média de acertos estipulada subjetivamente pelos participantes do jogo. Muitas vezes quem é violentado não se sente, por achar até que os colegas tem razão porque aquilo é normal, afinal o esporte é para quem tem habilidade para sua prática e não tendo essa habilidade deve ficar assistindo aqueles que obtém essa destreza, esse jogo bonito.
As formas são várias e todas elas constroem estigmas que ficarão na maioria das vezes para sempre nos marcando e que nem sofreremos porque como já disse achamos isso a norma, normal. “A norma segundo Foucault pág 109, desigualiza do mesmo modo, é alias, a única objetividade que nos dá: a norma convida cada individuo a reconhecer-se diferente dos outros; encerra-os no seu caso, na sua individualidade, na sua irredutível particularidade”.
Assim contribuirão para não mais participarmos de jogo algum, e esta negação do jogar que falo não me refiro ao esporte de competição com regras oficiais com tempo estipulado, número de jogadores com gestos perfeitos, me refiro sim a atividades de lazer que nos leve a sentirmos prazer em estar praticando, onde o que interessa não é o resultado quantitativo, mas sim o que teremos em troca qualitativamente sendo não um fim para qualidade de vida, mas um meio.
Segundo Foucault “é dócil um corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado”, mas e você olha o seu caso, auto policiando, não precisando que outra pessoa venha te dizer que você não sabe jogar conforme está estipulado, tornando se dócil porque você também não quer saber o motivo que leva a esse fato, mas se você consegue ter habilidade o suficiente para ser aceito no grupo dos adestrados, poderá ser utilizado e até melhorado sendo assim aperfeiçoado para um objetivo que será ter sucesso num time ou apenas nas práticas entre amigos.
Concluo dizendo que os esportes são meios pelos quais podemos exercer trocas e também onde pessoas poderão ser manipuladas nesse espaço que também é de relações de poder onde me auto policio, me encerro em meu caso, na minha individualidade sendo posto de lado do processo que faço parte, me reconhecendo como diferente do outro, às vezes sendo melhor outras pior, mas sempre nessa troca com o outro, onde se dá a micro física do poder.